Monte do Carújo
Um lugar alto com uma vista magnífica sobre a planície alentejana, com o horizonte, lá longe e um ou outro salpisco do branco das casas ou dos lugarejos.
A ruína resumia-se aos alicerces das antigas casas – duas construções longilíneas, paralelas, configurando uma espécie de pequena rua ou largo entre elas, e uma eira.
A obra consistiu na reconstrução dos dois edifícios já quase desaparecidos, ligando-os no extremo Norte, fechando assim o páteo e acentuando um efeito axial com o caminho de acesso. Acrescentou-se ainda o arranjo da eira – transformada em terraço -, muros de enquadramento, um alpendre para as alfaias, uma pérgula no páteo e um tanque com espaldar.
A nova construção inclui, nas coberturas soluções de tecnologia tradicional, tais como abóbodas e arcos de ladrilho cerâmico e lajes constituídas por barrotes de madeira, baldosas e lâmina de compressão em cimento. As paredes exteriores são caiadas de branco com amarelo ocre em socos e a emoldurar os vãos. Nos pavimentos usou-se o xisto e a tijoleira artesanal, formando aqui e ali estereotomias com os dois materiais. Um ou outro apontamento de azulejos antigos e de tijoleiras ou tijolo de burro, um nicho a acentuar uma perspetiva ou uma fresta a criar um efeito de luz, tudo numa poética do espaço.