Também em Portugal se assistiu, desde meados do séc. XIX até cerca dos anos 20 do séc. XX, à proliferação de estilos diversos, fruto da influência
que alguns dos arquitectos de então traziam de fora, principalmente de França – como é o caso de Ventura Terra ou Possidónio da Silva, mas
também pela produção de arquitectos estrangeiros que por cá trabalharam na época, de que é exemplo o italiano Luigi Manini, entre outros.
Nomes como os já citados e os de Norte Júnior, José Luis Monteiro ou Marques da Silva fizeram parte do período que por cá se convencionou
chamar de “Ecletismo” ou “Período Romântico”.
Se grande parte dos edifícios então construídos segundo este (s) modelo(s) estético(s) possuíam referências claras aos locais onde os seus autores recolheram essa influência (França, Itália, Inglaterra, etc. …), ou tinham referências exóticas / orientalistas (Palacete no Príncipe Real, em Lisboa ou
Palácio da Bolsa no Porto) outros houve que denotavam já referências claras à Tradição local.
05_Jose-Baganha-Arquitetura_Tradicional_PortugalJá Eça de Queiroz, no final do séc. XIX, se insurgiu contra esse “noção provinciana de progresso”. As populações, entretanto, vão “agarrando”, conforme podem, realizações mais próximas do seu ideal de Cidade, de matriz europeia – orgânica, com vida – rejeitando, sempre que possível, os modelos abstractos que as autoridades teimam em impôr. Qualquer realização imobiliária que aposte no preenchimento dos vazios dos centros urbanos, recuperando imagens e vivências, tem sucesso assegurado à partida – o que é sintomático.
JOSÉ BAGANHA, A Arquitectura Tradicional em Portugal, Revista Telhas Umbelino
A Arquitectura Tradicional em Portugal
Revista Telhas Umbelino